segunda-feira, 22 de abril de 2013

sobre peso e leveza

-Uma coisa todo mundo tem em comum: a busca da leveza (a de Parmênides). Leveza essa sendo o oposto do peso. Mas como ninguém se explica por antônimos, vou tentar falar melhor... Liberdade. Esse pode ser um bom sinônimo para a leveza. Liberdade no sentido de ausência de peso, de fardo (acabei entrando no antônimo novamente...) Só que essa busca é interminável. Nunca estamos 100% satisfeitos. Quando não é A, é B; quando não é B, é C. Além disso, criamos utopias sobre a felicidade. Achamos que ela está logo após o alcance da leveza. Essa tal que é incansável (ou inalcançável?) E quando (quase) alcançada, há ainda um dilema: o da medida ideal. Pois leveza exagerada gera um vazio. Talvez a felicidade esteja bem nesse elo. Entre a busca e a imaginação do que será. 

-Faz sentido, Maria Luiza. Só que quase ninguém percebe isso. Talvez por isso as pessoas sintam-se de vez quando angustiadas, mas não sabem direito o porquê.

-O maior problema das pessoas acreditarem que a felicidade está escondida só depois do alcance da leveza é justamente que essa busca nunca tem fim. O segredo está em conseguir aproveitar os momentos bons, apesar do peso; pois ele sempre vai existir...



*reflexões influenciadas após a leitura de Milan Kundera*

terça-feira, 2 de abril de 2013


Quando chega o fim,
há que se conseguir separar
o riso do desprezo.




Olho para trás e não me reconheço:
diante do que fui, emudeço;
do que sou, transpareço.

A gente foi um erro,
e fechei aquele soneto
com uma dose de cianureto.

Hoje eu sou mais rima,
reflexo da alegria,
onde manifesto poesia.

Nunca foi amor, Maria Luiza. Mas para conseguir acertar é preciso errar alguma vez; para sentir-se feliz, é preciso passar pela tristeza também. A vida é feita de comparações e opostos. A certeza precisa deles.

domingo, 28 de outubro de 2012

Reinventar-se

Maria Luiza anda perdida. Perdida entre sorrisos.
Anda escondida. Escondida entre abraços.
Anda esquecida. Esquecida entre beijos.
Anda em frente. Ousando novas alegrias.
Maria Luiza descobriu uma nova dança e afinou-se em outro tom.

sem nome ainda...



Quando o inverno der o seu último suspiro
E as flores anunciarem o frescor e o colorido da primavera
No seu peito ainda haverá abrigo
Para o meu amor cinza e de frieza severa?

E quando o sol vier clarear as nossas vidas
Revelando as minhas muitas falhas
Nos seus olhos a luz do amor será mantida
Ou as suas retinas de mim se mostrarão fartas?

O inverno ainda é a minha estação
Não vejo flores nem cores por onde ando
O seu amor esfriou o meu coração
Dentro do meu peito tudo está nevando...

Passa inverno e passa tempo
O calor chegou e derreteu o incerto
Percebi que nosso amor não é passatempo
Não precisa ser perfeito... mas fica por perto?


**Escrito junto com o Anderson Lopes . Sem título ainda. 


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Linhas cruzadas.

Não sei caminhar entre sentimentos opostos
Mudo minha estrada, faço outras apostas
Exijo verdades postas
Você me distrai num beijo, fico sem resposta
Escuto as palavras pelo seu olhar
Mas o silêncio impede de decifrar
E na cena muda, sinto que seu beijo grita
Nisso a gente faz a rima com minha palavra não dita
Passado o momento
Ilusão de sentimento
Seguimos diferentes destinos, mudos
E nada muda.


-Finalmente Maria Luiza seguia o caminho certo agora. Andava devagar, mas a estrada fazia mais sentido.


terça-feira, 3 de julho de 2012




Desde o dia em que você desafinou
Eu tento reencontrar o meu tom

E de todas as notas que eu já escutei
Você ainda é o riff que mais me dói

E nessa música sem sentido 
o meu silêncio grita
e a minha tristeza canta.


-Maria Luiza, desliga esse som e vai dormir!






terça-feira, 12 de junho de 2012

O peso.

A culpa te pesou e você me puxou junto para o fundo.
Seus braços se encaixaram tão confortavelmente em mim, que eu não conseguia mais sair.
E a gente chorava junto, e doía. Nos abraçávamos mais forte. Nossos braços ficavam dormentes, doíam com o peso do outro. Mas não conseguíamos nos soltar. A gente tinha medo de sair e se perder...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

E foi assim...

E foi assim
Simplesmente chegou-se o fim
Nenhuma lágrima derramada
Até a tristeza já estava cansada...
Apenas um porta-retrato vazio 
A encarava por cima do seu colchão frio
Na cabeça, lembranças de um amor ingrato
Nos lábios, o vácuo do que já foi desejado
Nos ouvidos, o lamento de notas musicais
Na pele, a sensação vazia de um toque que já nem existe mais

Mas já tinha o seu veredicto
E toda a sua certeza soava como um hino:
Assassino, assassino...


Maria Luiza já sabia o que queria e o que não queria. Mas nem por isso deixava de sentir. Não por ainda querer desesperadamente. Pelo contrário. Desesperadamente não queria mais. Matar o amor: um crime sem perdão e inafiançável (talvez pudesse até ser considerado um crime hediondo...) E tinham matado o seu. Sentimentos hostis eram inevitáveis. Tudo que acaba é triste... era apenas por isso que sentia tanto.  

Diálogo interno.

-Não se sinta assim, Maria Luiza. Talvez a imaturidade seja amiga da raiva, mesmo.Talvez a idade não seja tão proporcional  à paciência devida... Talvez a maturidade seja então um acúmulo de erros e acertos, de dor e experiência tida.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Valsa da Ilusão



Essa escuridão que você vem me deixar
Nessa condição, sem eu nem entender então
Me traz a solidão e me encontro a chorar
É um pra lá, um pra cá


E para piorar
Surge um abismo a atrapalhar
Fazendo nossa distância aumentar
Eu fico a assistir, sem nem poder intervir...
Dois pra lá, um pra cá


Tudo me faz querer sumir
Fazer esse sentimento deixar de existir
Mas vem o coração me lembrar que deixar de sentir não é fácil não
Que o nosso amor não é de estação
Mas eu queria gritar, para que você pudesse escutar
Que eu queria apenas dois pra cá


A dança que Maria Luiza não tem nem mais vontade de ensaiar os passos.