segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Com cor ou sem dor?





Ela foi na frente. Tinha uma certa pressa. Queria que esse momento de despedida terminasse logo. Percebia que em pouco tempo ela não ia mais conseguir controlar a vontade de chorar. Não queria ser ridícula na frente dele.
Estava chuviscando. Ela o abraçou e o beijou na boca. Um beijo calmo... querendo sentir cada movimento da língua dele. Como gostava do seu gosto! Era a boca que ela queria todos os dias, para o resto da sua vida...
Entrou no carro. Saiu devagar. Tudo tinha que parecer normal. Foi só se distanciar um pouco que as lágrimas começaram a sair. Pelo menos elas não foram traiçoeiras. Conseguiram ficar ali escondidas até o momento certo. Lembrou-se da época que era livre. Livre porque não amava ninguém. Livre porque não tinha necessidade, não sentia falta, nem saudade, não doía. Mas ainda assim, com a falta, a saudade, a necessidade, a dor.... ainda assim preferia amar...  sua vida desse jeito tinha mais cor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Relembrando Maria Luiza - ou, o que escrevi e não postei

Maria Luiza. Uma personagem fictícia do meu blog, já apareceu aqui antes. Ama sempre intensamente. Isso é bom? Sim e não. Quando está feliz, se sente a pessoa mais feliz do mundo. Quando está triste, parece que seu mundo vai acabar. Na história do conto, Maria Luiza estava na sua época de tristeza. E sofria com aquele amor... ou melhor, com a falta dele...












Virou para o outro lado. Ainda sentia algo preso na garganta. Tentava respirar fundo para que tudo isso passasse e dormisse logo. Tentava fingir que não tinha vontade de chorar. Fingiu isso por uns 40 minutos. Até que não agüentou mais, colocou o travesseiro contra o rosto e deixou as lágrimas saírem. Lágrimas que escorriam sem parar. Como se estivessem ali presas e de repente se libertassem. Eram muitas. Sentia sua falta. Mas não queria sentir. Queria poder ligar e dizer o quanto queria ele ali presente; o quanto queria o seu beijo. Mas não podia. E as lágrimas não paravam. Vez ou outra desencostava um pouco do travesseiro, para poder respirar um pouco. Sentia uma raiva por ainda sentir o que sentia. E ao mesmo tempo uma satisfação por ninguém vê-la ali naquele estado, daquele jeito. Não gostava desses momentos de fragilidade. Momentos negros da alma. Aos poucos o nó da garganta foi passando... e as lágrimas saiam com menos freqüência. Já podia respirar melhor. Adormeceu abraçando o travesseiro com bastante força.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Adocica, meu amor, a minha vida aô!



Seria apenas uma lambada bem antiga (ou vintage, como ta na moda dizer), do Beto Barbosa, do século passado.
Mas lambada mesmo é a dança que vc tem que fazer para ir sempre em busca da sua felicidade. Sim, porque putz, sentimento de merda que faz vc rebolar para conseguir alcançá-lo. E quando vc consegue atingir algumas metas.... ou surgem outras no caminho ou surgem imprevistos que fazem vc mudar um pouco a direção.... e é aí que a vida exige o rebolado. Rebolar para ir atrás do doce, do “adocica”, que é a felicidade.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Entre flores e declarações

Quando estamos longe sinto falta do meu sorriso ao estar perto de você. Já me sinto tão sua, que quando não estou com você sinto falta de mim mesma. E tenho até medo do que você já se tornou; medo desse poder que eu te dei. Nem sei se quero que você saiba o tanto (realmente o tanto) que você significa para mim. Até porque não quero que você perca toda essa vontade em tentar me conquistar, em tentar ser alguém especial para mim. Talvez eu devesse fingir não me importar muito com você, mas não conseguiria conter todo o meu sentimento e a minha vontade em demonstrar todo esse grande amor. Amor tão grande que dá vontade de sair por aí gritando a felicidade que eu sinto. Amor tão desmedido que mesmo do seu lado já sinto uma saudade enorme quando lembro que daqui a pouco não estaremos tão próximos. Amor tão infinito que já nem consigo medir onde ele começa e onde ele acaba. Amor tão poderoso que mesmo fazendo minha vida ter mais sentido, me faz perder todos os meus sentidos. E nessa de perder os sentidos, deixo aflorar meus extintos, me perdendo em você. E ao me perder em você, consigo me encontrar.

De Maria Luiza.
Para um alguém que não conheci ainda.

sábado, 20 de março de 2010

Sobre amar de novo

Uma das melhores descobertas que tive na vida foi a da possibilidade de poder me apaixonar mais de uma vez e poder ter de novo aquele sentimento bem grande, tão grande que quase não cabe em mim, por outra pessoa. É muito gostoso amar e se sentir amada. E querer ficar junto, e sentir saudades, e fazer planos, e ter esperança, e se sentir a pessoa mais feliz do mundo. Mas a gente sabe que infelizmente isso tudo pode acabar um dia, mais uma vez. Daí você sente o gosto amargo da desilusão, e chora, e sofre, e pensa que nunca mais vai conseguir ser tão feliz novamente. Só que o tempo passa, você começa a fazer coisas novas, conhece pessoas diferentes. E quando menos espera começa a amar de novo, e se sente a pessoa mais feliz novamente. Depois das experiências anteriores você não tem mais aquela ilusão daquela certeza que agora vai ser para sempre, mas pelo menos você aprende a cometer menos erros, busca uma relação mais madura, acredita num futuro. Mas ainda assim sabe que se um dia terminar, mesmo você não querendo que isso aconteça, você sabe que ainda tem outra possibilidade de sentir essa coisa tão grande que você sente nesse momento. E saber disso faz a vida ficar mais colorida.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Paisagem da Janela

Paisagem da Janela

Flávio Venturini

Composição: Lô Borges e Fernando Brant


Da janela lateral
Do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal
Mensageiro natural
De coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou

Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
E eu apenas era
Cavaleiro marginal
Lavado em ribeirão
Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvore
Sem querer descanso nem dominical

Cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Conheci as torres e os cemitérios
Conheci os homens e os seus velórios
Quando olhava na janela lateral
Do quarto de dormir

Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Um cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Você não quer acreditar

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sobre ter força e acreditar

Uma das coisas que mais gosto de ter por alguém é admiração. Admiração por algo que a pessoa fez, pelo o que ela é, pelas qualidades que tem.

Gosto de saber de histórias de pessoas vencedoras e me espelhar nelas sempre que há alguma dificuldade.

Conheci há um tempo atrás a história da Fernanda Fontenelle. Uma garota de uns 23 anos (talvez), que sofreu um acidente de carro quando era bem novinha. E esse acidente a fez ficar tetraplégica. Com o tempo, com paciência, força de vontade e fé ela foi recuperando os movimentos dos membros superiores, ficando assim paraplégica. Ela não desistiu por aí. Há alguns anos vem lutando para recuperar os movimentos dos membros inferiores e voltar a andar.

Sem contar que ela nunca parou a vida dela. Continuou a estudar, se formou no Ensino Superior, sai com as amigas, tem namorado.

A sua crença em voltar a andar é tanta que com a ajuda de alguns amigos ela conseguiu arrecadar uma certa quantia financeira para fazer um tratamento fora do Brasil. E está lá agora, super feliz e indo atrás dos seus sonhos. Apesar de todos os problemas, ela conseguiu lutar e não desiste fácil. E eu admiro muito a força e a fé que ela tem.

http://www.andafernanda.com.br/


http://www.youtube.com/watch?v=-k0JoQuSPdU